Antigamente conhecida como “Guaxanduva” devido à abundância da planta guaxuma, era composta por áreas de mangue nas partes mais baixas e densa floresta nas áreas mais elevadas. As ruas eram estreitas, não havia iluminação e a região era mal desenvolvida. O transporte era principalmente feito por carroças, com a chegada dos ônibus apenas por volta de 1960.
Inicialmente, a economia estava centrada na agricultura, mas posteriormente o comércio e a indústria, incluindo mercearias e moinhos, ganharam importância na comunidade. A bicicleta tornou-se popular na década de 1940, embora fosse possuída por poucos.
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História
O bairro Iririú foi oficialmente criado e integrado a lista do bairros do município, somente no ano de 1977, pela (Lei nº 1.526, de 05/07/1977, sancionada pelo prefeito da época Luiz Henrique da Silveira). Com isso, foi definido o perímetro do bairro e o delineamento das suas divisas, ruas, entre outros.
A primeira estrada que fez a ligação entre os atuais bairros “Boa Vista” e “Iririú” se chamava –“Caminho Velho”, onde se iniciava Sociedade Esportiva e Recreativa Alvorada e finalizava na Granalha de Aço Ltda.
Caminho de Roça
A região era constituida por mangue nas áreas baixas e mata densa nas áreas altas. Segundo o morador José Brittes descreveu “as estradas eram ruins, havia muita lama e para facilitar a passagem de carroças eram feitos estivados (espécie de uma ponte de madeira)” . Outra moradora Elisa Tavares Pereira, “as ruas não possuiam iluminação, eram estreitas e com mato para todos os lados” e ainda complementa “os moradores do Cubatão, quando se dirigiam ao centro da cidae, vinham descalços e param rua Tuiuti porque tinha uma bica para tomar agua e lavar os pés”.
A atual Rua Guaira foi cogitada para ser a instalação do Aeroporto da Cidade no mandato do Preferito João Colin, mas com divergencias politicas acabou não acontecendo.
A partir da década de 40 se popularizou a bicicleta mas mesmo assim poucos moradores possuiam, era muito “caro”. O meio de transporte mais usado eram as carroças e somente por 1960 que os onibus começaram a transitar pelo bairro. Passam duas linhas inicialmente: Sr. Virgilio Boehm para atender a zona leste o Maria Fumaça faziam a região sul do bairro. Segundo morador João Afonso da Costa, o onibus Maria Fumaça se chamava assim, porque era pago com fichas, não se tinha cobrador.
Segundo Amandos Finder a estrada Iririú passava apenas três carros por dia. Quando passava iam todos olhar para ver e comentar.
Origem do nome
Etimologicamente, iririú provém de Tupi-guarani riri irir – ostra e “u” – rio, ou seja, “rio da ostra”. O bairro deve seu nome ao Rio Iririú-mirim, que nasce perto do morro do Cubatão e deságua na Baía da Babitonga. Antigamente conhecido por “Guaxanduva” segundo o antigo morador Ramiro Gomes de Oliveira, significa lugar onde abunda a guaxuma, que por sua vez é uma planta da familia das malváceas que possuí fibras têxteis.
Comunidade
A maior parte dos moradores eram católicos e iam as missas à pé na Catedral do Bispado (centro). Com a construção da Paroquia São Sebastião em 1951, onde inicilamente as missas eram feitas em galpão de madeira e as vezes na residencia na rua Silvio Bertoldo.
Os moradores possuiam grande lotes de terras e produziam de tudo para consumo da família, com plantação de café, cana-de-açucar, frutas, arroz, mandioca, milho, batata, cará, amendoim, batata-doce e outros tuberlucos. A criação de animais eram porcos, vacas, galinhas, perus, cavalos e outras aves para se alimentar.
Em termos de armazem tinhamos (Secos e Molhados): Carlos Lütke, Sr. Zeska, Sr. Otinho Schulze, Sr. Henrique Seiffert, Sr. Gustavo Ponick, Sr. José Araújo, Sr. Antônio Cidral, Sr. Geiser, Sr. Paulo Vieira, Sr. Lohmann.
O bairro já contou com a instalação da fábrica de Tintas Ricotin, produzia o liquido e exportava. A materia prima era a folha de mangue adquirida nas regiões do Iririú-Boa Vista.
A energia elétrica chegou por volta da década de 40. Segundo o relato de Amandos Finder, “foi puxado dois fios da Estrada Dona Francisca até a Rua Ceará e atraves de um multiram entre os moradores que foram colocados os primeiros postes de madeira.
A água era proveniente do Ribeirão e nascia nas terras do Sr. Julio Gomes, era cristalina e usavamos para beber e lavar as roupas segundo o relato de Francisco Ribeiro Andrade.
Um relato emblemático foi do Sr. Ramiro Gomes de Oliveira que aproximadamente em 1940 foi pego caranguejo no local onde hoje é Terminal do Onibus Urbano do Iririú. Praticavam pesca nos rios: Comprido, Guaxanduva e o Iririú e pegavam como robalo, tainhota, baicacu, camarão e molusculos.
Os irmaõs Kruger, foram uns dos varios conjuntos que animavam a redondeza alem de bandas de jazz e Weiss. Existia o salão do Sr. Zeska, substituído pelo Carlos Lutke e depois Sr José Araújo. O Salão do Cometa exerceu as atividades entre 1946 a 1961 com matines da tarde para animar a garotada como a exibição do “Gordo e Magro”. Não podemos esquecer de mencionar o salão Juventus e Sociedade Esportiva e Recreativa Alvorada.
Pela década de 70, foi criado o loteamento de Jardim Iririú, construída por mangue e mato.
Primeiras Famílias
Eram poucas casas e mantinha uma vegetação densa, entre elas as primeiras famílias moradores do bairro:
- Alves
- Andrade
- Assis
- Bahlke
- Baia
- Baptista
- Barbosa
- Brittes
- Cordeiro
- Costa
- Fagundes
- Finder
- Gomes de Oliveira
- Gonçalves
- Gunther
- Lima
- Lohmann
- Lother
- Lourenço
- Lutke
- Maia
- Maul
- Mebs
- Miranda
- Monteiro
- Müller
- Nass
- Nazário
- Palhares
- Pereira
- Pfeiffer
- Pinto
- Ponick
- Raimann
- Reck
- Reimer
- Retzlaff
- Ribeiro
- Rocha
- Rosa
- Rosário
- Rupp
- Schroeder
- Sousa
- Vieira
Nomes Conhecidos
- Amandos Finder – nasc. 24/05/1924
- João Afonso da Costa – nasc. 13/11/1913
- Erna Arminda da Costa – nasc. 03/02/1937
- José Brittes – nasc. 21/12/1929
- Elisa Tavares Pereira – nasc. 26/02/1921
- Francisco Ribeiro de Andrade – nasc. 27/01/1909
- Ramiro Gomes de Oliveira – nasc. 23/10/1927
- Leopoldo Aleixo Gonçalves Junior – nasc. 10/05/1911
- Maria Iolanda Baptista – nasc. 24/06/1930
- Maria Bruno Rupp – nasc. 14/09/1922
- Clemencia de Oliveira – nasc. 23/03/1918
- Avelino da Rocha – nasc. 03/08/1925
Parque Municipal Morro do Finder
Parque verde, administrado pela Fundação Municipal do Meio Ambiente, possui uma área de 500 mil metros quadrados, abrange remanescente de mata atlântica inserido na paisagem urbana do município. Pessoas que buscam contemplação da natureza, prática de mountain bike ou do rapel tem no local uma boa opção para lazer. Há exuberantes trilhas e um lago. Parque leva o nome de Finder, em homenagem ao seu idealizador inicial e doador das terras verdes – Amandos Finder.
No ano de 1993, Sr Finder ofereceu as terras à Prefeitura, e criou o Parque Morro do Finder com objetivo que as famílias pudessem passar o final de semana fazendo trilhas, piqueniques ou descansando. Em 2007, foi homenageado seu nome, Centro de Educação Infantil.
“Dedicado, sempre gostou de cuidar do parque com as próprias mãos. Mas foram as pernas que sofreram quando toras de árvores derrubadas por um vendaval caíram sobre ele.” Jornal NSC.
Hoje
Em 2017 o bairro Iririú, conta com uma área de 6,22 km2, está à 3,83 km do centro e possui um rendimento médio mensal de 2,12 salários mínimos.
Segundo dados do “Joinville Bairro a Bairro – 2017”, divulgado pela Prefeitura Municipal de Joinville, o bairro está com uma população dividida em: 51,1% mulheres e 48,9% homens, sendo a faixa etária predominante de pessoas entre 26 e 59 anos, e 51 % dos imóveis construídos são próprios.
É nele que encontramos Parque Morro do Finder; Área de Lazer Iririú (OP); Área de Lazer Sociedade Veteranos; Área de Lazer Tuiuti; Praça Mae Peregrina; Praça Padre Valente Simeoni além de Sssociação de Moradores e Amigos do Bairro Iririú, Associação de Moradores Parque Residencial Guaíra, Associação de Moradores Papa João XXIII, Associação e Sistema de Ruas do Jardim Recanto, Associa[1]ção de Moradores e Amigos da Rua Arco-Íris e Região.
Fonte
- “Livro História dos Bairros de Joinville, Fundação Cultural – Ano 1992”.
- Arquivo Histórico Joinville
- História dos Bairros de Joinville em 2017 – https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/Joinville-Bairro-a-Bairro-2017.pdf
- Fofo capa: Rua Iririú com a esquisa da Rua Papa João XXIII em 1980. Aos funds Igreja São Sebastião. Acervo de Julio Cezar.