A cidade é conhecida por suas paisagens naturais de rara beleza, com terrenos acidentados que abrigam quedas d’água, grutas e cachoeiras em meio a campos verdes. Apelidada de “O Paraíso Verde do Vale”, destaca-se pela vasta área de mata atlântica preservada. Além disso, é chamada de “Capital Nacional da Cachaça” devido ao grande volume de produção dessa bebida, que é feita tanto de forma artesanal quanto industrializada.

Primeiros Colonizadores

Em agosto de 1877, partiram da Itália os primeiros colonizadores destinados à recém-criada “Colônia Luiz Alves”, situada às margens do rio de mesmo nome, um afluente do Itajaí-Açu. No dia 10 de novembro de 1877, 311 imigrantes italianos desembarcaram no Porto de Itajaí, vindos do Rio de Janeiro. Destes, 79 escolheram se estabelecer na colônia, enquanto os outros preferiram a Colônia Brusque.

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Viagem e Assentamento

Júlio Grothe, responsável pelo núcleo colonial de Luís Alves, relatou que em 23 de novembro iniciou-se a jornada rio acima. Em duas embarcações de João Marçal Bastos, os 79 imigrantes italianos partiram do Itajaí Mirim e subiram o Itajaí-Açu. Após entrarem na barra do rio Luís Alves, passaram pelo Rio do Peixe e, margeando o rio, chegaram ao galpão para imigrantes em terras de Antônio Pereira Liberato, onde ficaram alojados.

Rio de Luis Alves – 1947. Acervo de Magru Floriano.

Chegada e Primeiros Dias na Colônia

No dia 29 de novembro de 1877, os 79 italianos chegaram à sede do núcleo colonial, no barracão situado na confluência dos rios Luís Alves e Serafim. Em 5 de dezembro de 1877, mais 100 italianos se juntaram ao grupo, e no dia 10 de dezembro, todos foram encaminhados para o Braço Direito e o Primeiro Braço do Norte, à margem esquerda do rio Luís Alves.

Bodas de prata Otto e Adelaide Espig Wruck, em 13/12/1949 – acervo de Robson Wruck
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Desafios da Colônia

Os colonos enfrentaram diversos problemas, como a infestação de borrachudos, diarréia, calor, isolamento das cidades vizinhas, abandono da colônia pelos dirigentes, colonização mista e sem planejamento, e a falta de liderança comprometida com o progresso da colônia. Em 9 de abril de 1880, a colônia foi extinta. Uma grande enchente em setembro de 1880 matou 25 pessoas, agravando a situação dos colonos, muitos dos quais abandonaram a colônia.

Foto do muro na comunidade São João Batista em Braço Serafim Luiz Alves.
Ao fundo da imagem podemos ver a antiga igreja que foi demolida para construção da atual.
Também podemos ver alguns homens, segundo informaçães, entre eles seria, Ricardo Luciani, Santo Signorelli e, Augusto Alvim de Gasper.
Quanto trabalho dos nossos antepassados.
Nos deixaram muito exemplo de fé, e amor a Deus e a igreja.🙏🙏🙏
(Foto do acervo da família Luciani)

Evolução Administrativa

Luís Alves evoluiu administrativamente ao longo dos anos. Em 10 de outubro de 1902, tornou-se “Freguesia”; em 13 de julho de 1903, foi elevado a “Distrito”; e em 31 de março de 1938, passou a ser uma “Vila”. A emancipação ocorreu em 18 de julho de 1958, conforme a Lei Estadual nº 348.

ARQUITETURA e FAMÍLIAS DE LUIZ ALVES.
Residência da Família de Martim Marangoni e Angélica Michelluzzi – (Alto Braço Direito).
Filhos: Vicente, José, Virgínio, Antenor, Otaviano, Mística, Erica, Rosa, Meretina, Dozolina.
A foto está na obra “DALLE STELLE DELL’ORSA ALLA CROCE DEL SUR – DO VALLE DEL BIOIS AO VALE DO ITAJAÍ: UMA COLÔNIA BELLUNESE EM LUIZ ALVES”
Imagem gentilmente cedida pelo Pe. Antônio Francisco Bohn
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Colonização e Diversidade Étnica

A Colônia Luiz Alves foi majoritariamente colonizada por imigrantes italianos, mas também recebeu famílias açorianas, alemães, austríacos, belgas, poloneses e franceses. Esses grupos contribuíram para a diversidade cultural e econômica da região.

Cachoeira Usina Salto – sanfoneiro Eriberto Gesser e seus amigos!

Origem do Nome Luís Alves

O nome Luís Alves provém de um dos moradores da barra do Itajaí-Açu. Em 1842, o engenheiro Van Lede, diretor da colônia belga de Ilhota, explorou o rio e relatou que a confluência do rio Luís Alves com o Itajaí-Açu era onde morava o Dr. Luiz Alves, que deu seu nome ao rio. A casa de Luiz Alves situava-se num local encantador na confluência dos rios.

FAMÍLIAS DE LUIZ ALVES. Casamento de Ângelo Conti e Marieta Luciani.

A foto está na obra “DALLE STELLE DELL’ORSA ALLA CROCE DEL SUR – DO VALLE DEL BIOIS AO VALE DO ITAJAÍ: UMA COLÔNIA BELLUNESE EM LUIZ ALVES”
A casa pertencia ao noivo e, na foto, testemunhas do enlace matrimonial e amigos do novo casal – (Braço Serafim).

Imagem gentilmente cedida pelo Pe. Antônio Francisco Bohn.
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Igrejas

As igrejas de Luis Alves-SC.

Igreja Luterana De Serafim (Luiz Alves-SC) 1949

Comunidade Luterana foi fundada em 18/10/1910 e realizava quatro cultos anuais sendo realizado pelo pastor de Itoupava Central – realizava os atendimentos nesta comunidade. Os cultos aconteciam das dependências da escola.

A nova edificação é toda de Alvenaria, e levou o nome: Igreja Luterana de Serafim, nome da comunidade local, sendo inaugurada em 23/01/1949

Igreja São João Batista

Esta é a terceira construção da igreja, iniciada em 1964 e concluída em 1969, em terreno doado pelo imigrante francês José Lenoir. Os mestres de obra foram os irmãos Bruno e Mário Paolin, descendentes de imigrantes italianos, com a coordenação de Augusto de Gasper. Os tijolos foram fabricados na olaria Fritzke e a madeira foi beneficiada na serraria de Geremias Volpi. A imagem do padroeiro, os sinos e o crucifixo, importados da Itália em 1886, foram doados por Anna Luciani, esposa de Vincenzo Luciani. As imagens de Nossa Senhora Auxiliadora e de Santa Helena foram compradas pela comunidade; a de Santa Rita foi doada por Adeli e Inês Luciani; a de Santa Inês, por Angelina Luciani; e a do Sagrado Coração de Jesus foi comprada pelo Apostolado da Oração.

Antiga igreja católica em Braço Serafim, a grande atual foi inaugurada , por volta da década de 1920. Acervo Marlene Hüskes.
Igrela luterana de Braço Serafim.Acervo Marlene Hïuskes.

Dias atuais

Luís Alves, com sua rica história de colonização e desenvolvimento, enfrentou muitos desafios, mas sua evolução administrativa e diversidade cultural são testemunhos da resiliência e determinação de seus habitantes.

Casa da familia Volles em Braço Serafim -Luis Alves. A edificação mais a esquerda, , segundo Cacilda Block Keunecke, nascida no Maximo e falecida em 2014 aos 9o anos, foi construída dpo Carl Voigt e sua esposa Emilie Fritzke Voigt, e les faziam bailes lá. Acervo Marlene Hüskes.
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Fontes

  • BOHN, Pe. Antônio Francisco. “Colônia Luiz Alves”: Povoamento Italiano e Catolicismo de Imigração: 130 anos de história (1877-2007). Blumenau: 3 de Maio, 2007.
  • OLIVEIRA, Didymea Lazzaris de. Por um Pedaço de Terra – Luís Alves, sua colonização a partir de 1877. Editora Univali, 1997.
  • Prefeitura de Luís Alves
  • Foto capa: Luis Alves década de 20 – Alexandre Schappo