Os inventários têm se tornando uma alternativa para muitos pesquisadores quando existe a falta de livros cartoriais e eclesiásticos.

É preciso antes de tudo entender que um inventário pode se tornar uma fonte genealógica, pois ela não se constitui como uma fonte para estudos genealógicos por si mesma.


Os inventários de início têm o objetivo de tratar especialmente sobre o arrolamento de todos os bens produzidos em vida do indivíduo falecido, para criar meios de partilha entre seus herdeiros.

Como então tornar o inventário em uma fonte útil para a pesquisa genealógica?

O primeiro passo é ler atentamente o inventário, já que se trata de um processo. Leituras rápidas ou de páginas isoladas não irão trazer resultados.

É preciso atenção na leitura principalmente nos campos dos “títulos de herdeiros” onde constam todos os herdeiros do falecido(a), seguidos de suas idades, profissões, residência e estado civil e nome do cônjuge. Essas informações podem não ser encontradas em nenhum outro lugar, daí o cuidado com a leitura atenta.

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O próximo passo é observar se o processo traz anexos que podem ser de várias tipologias de interesse genealógico como: “[…] atestados médicos de escravos ao próprio testamento; processos de legitimação de filhos (apensos); escrituras reconhecendo filhos naturais; e recibos, entre tantos outros[…]”. (SAMARA;TRUZZI, 2013, p. 91). Em alguns casos existem anexados, certidões de óbito do falecido e de casamento ou casamentos do inventariado. Todas essas fontes dos anexos têm potencial genealógico se bem lidos e analisados em conjunto com outros documentos e com o próprio processo de inventário.

Outro detalhe importante a se atentar é se o inventário menciona tutores para filhos menores de idade em caso da ausência da mãe. Saber o nome e residência de desses tutores, se coloca como uma boa pista para investigar o destino e percurso de ancestrais com poucas informações sobre suas vidas.

É bom reforçar que diferentemente dos testamentos, todas as famílias ricas ou não tinham a obrigação jurídica de realizar o inventário de seus entes falecidos, ainda que fossem poucos bens e de baixo valor.

Para finalizar os inventários podem proporcionar como vimos fontes de informações valiosas de vários tipos, já mencionados.

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Cabe ao pesquisador saber extrair as informações uteis a sua investigação.

Fonte

  • SAMARA, Eni de Mesquita; TUPY, Ismênia Spíndola Silveira Truzzi. História & Documento e método de pesquisa. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007. 168 p. – (Coleção História &… reflexões, 10).